Correntes de memória
Caminho lentamente até à praia,
passo a passo, sobre a areia,
saboreio as palavras do mar
que sussurram aos meus ouvidos.
Olho para o mar
que dança para mim.
Olho para as gaivotas a voar
que bailam tão bem assim.
O Sol está está prestes a pôr-se
e a Lua a chegar...
Um tecido de cores forma-se no horizonte
e a luz está-se a apagar.
O vento brinca comigo,
sussurra palavras contentes
arrasta consigo memórias
que apaguei há algum tempo da minha mente.
A Lua finalmente chegou
com o brilho na sua face
eu fixo-me no seu olhar
um breve momento durou.
Nunca me esquecerei este lugar
onde encontrei três amigos: o Mar, o Vento e a Lua.
No meu caminho de volta encontrei uma estrela amarela
Foi o mar quem ma ofereceu
Agora eu sou o mar dela.
De todos os cantos do mundo
Amo com um amor mais forte e mais profundo
Aquela praia extasiada e nua
Onde me uni ao mar, ao vento e à Lua.
Cheiro ainda a brisa do mar
Oiço ainda o cantar do vento
Sinto ainda os olhos da Lua.
Ainda no dia 19 de Março, pelas comemorações do Dia da Poesia, à tarde, recebemos a visita de Afonso Dias que voltou a deliciar a pequenada com o Recital "A poesia está na escola ...e em toda a parte".
Apresentou duas sessões de poesia , histórias e canções e voltou a encantar o público de Aljezur.
Desta vez os mais pequenos tiveram vontade de partilhar com o Afonso o que tinham apresentado de manhã e a Daniela Brito, do 4º ano, conseguiu impressionar Afonso Dias com a declamação do poema de Camões "Descalça Vai para a Fonte ..."
O nosso visitante pode orgulhar-se de ter lançado a semente da declamação poética.
Diz não saber escrever para vender, tudo o que publica é custeado por si e é para oferta a amigos e admiradores.
A paixão pela poesia começou ainda na adolescência, de forma informal, rabiscando os seus pensamentos em pequenos pedaços de papel. Só anos mais tarde e pela mão de D. Ana Maria Correia, sua esposa, ganhou coragem para dar a conhecer ao mundo a sua arte. “Águas do meu Rio” é o seu preferido embora tenha dificuldades em fazer uma escolha.
Foi com muito agrado e simpatia que distribuiu e autografou dezenas de livros que repartiu por todos os que se mostraram interessados em conhecer o seu trabalho e foram muitos. Miúdos e graúdos, muitos quiseram levar para casa um pedaço da alma deste poeta Aljezurense.
Um bem-haja a este filho da terra! 
